domingo, 17 de janeiro de 2010

NÃO ENVELHECI...AMADORECI

Em frente ao espelho passo a vida a limpo. Vejo claramente que nada mais é como antes, analiso o rosto cansado, as rugas que se vão formando, marcas das preocupações. Os olhos de olhar distante, sempre a olhar em direcção do horizonte, à espera do que sabe, do que talvez nunca virá.

Traços de grandes saudades. Saudades do tempo que passou e que fez questão de levar a vivacidade da juventude. A felicidade tão sonhada, será que envelheci? Fixando o olhar no espelho vejo, o que está explícito na imagem cansada, as minhas lembranças levam- me para além da imaginação, ultrapasso os espaços, os firmamentos e vou em direcção de um tempo, que embora distante, ficou gravado nas minhas recordações.

Volto ao espelho e encontro-me, é uma realidade um pouco diferente. Vejo que embora me encontre um pouco cansada, eu ainda conservo traços da juventude.

Analiso-me mais detalhadamente e percebo que quando penso no passado espreitando o futuro, eu fico mais jovem, mais bonita. Fico mais cheia de vida, noto, pelo brilho intenso que fica no meu olhar numa expressão de felicidade. Eu não posso negar as saudades. Está escrito nas estrelas, no livro da minha vida, na minha alma apaixonada, que guarda imagens inalteradas, para quando a saudade, como hoje, bater, querendo rever o livro da vida, encontrando as imagens reais fui, do que não sou e do que serei


Percebo então, que não envelheci. A minha alma é quem amadureceu, afim de conservar inalterável, a história da minha vida

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